Jardim Felicidade: moradores cobram urgência contra enchentes e falta de serviços

A luta dos moradores do bairro Jardim Felicidade, na Região Norte de Belo Horizonte, voltou a ser destaque na Câmara Municipal.

A comunidade, que há décadas convive com enchentes, esgoto a céu aberto e falta de serviços básicos, recebeu voz através de uma audiência pública solicitada pelo vereador Cleiton Xavier (MDB).

O encontro, realizado na Comissão de Saúde e Saneamento, reforçou a cobrança por ações emergenciais enquanto as obras estruturantes do Programa Drenurbs 2 não saem do papel.

Segundo a Prefeitura de BH, a segunda etapa do programa de recuperação ambiental da cidade já foi aprovada e deve contar com recursos internacionais estimados em 255 milhões de dólares.

O projeto prevê o tratamento da bacia hidrográfica, obras de contenção, despoluição dos córregos e implantação de parques lineares. Entretanto, a previsão para início da execução é apenas em 2030 — prazo considerado inaceitável por quem vive diariamente em condições insalubres e inseguras.

Realidade dura: esgoto, enchentes e risco à vida

Durante a audiência, moradores relataram a situação alarmante enfrentada nas Ruas Márcio Lafaiete Coelho e Eudóxia Luzia da Costa.

A principal reivindicação é a instalação de gabiões (estruturas metálicas preenchidas com pedras) ao longo dos 500 metros do Córrego Catulo da Paixão Cearense, para prevenir enchentes, erosões e deslizamentos.

Hoje, parte do trecho está protegido, mas em outro segmento a obra foi substituída por sacos de areia, levados pelas chuvas, deixando famílias expostas ao risco.

Além disso, o fornecimento irregular de água e luz, a coleta precária de lixo, a ausência de esgotamento sanitário eficiente e a escuridão das ruas tornam o cotidiano insustentável. Vídeos apresentados por moradores mostraram ruas estreitas, sem pavimentação, bueiros entupidos, terrenos desbarrancados e lixo acumulado.

“Pagamos caro por taxas de esgoto e iluminação, mas vivemos sem o básico: sem luz, sem água na porta e com esgoto estourado. Isso é indigno”, desabafou uma das moradoras, revoltada com contas que ultrapassam R$ 700, sendo quase R$ 300 apenas de tarifa de esgoto.

Jardim Felicidade pede respostas imediatas

Para Cleiton Xavier, é inadmissível que uma capital com orçamento bilionário deixe uma comunidade abandonada dessa forma.

O vereador criticou duramente a falta de sintonia entre os órgãos municipais e estaduais, como Copasa e Cemig, que não enviaram representantes à audiência.

“Quando o cidadão faz um ‘gato’ de energia ou água, é criminalizado. Mas e quando a companhia cobra por um serviço que não entrega? Isso é um furto qualificado contra o povo, mesmo que não esteja tipificado no Código Penal”, afirmou.

O vereador reforçou que, enquanto o projeto estruturante não avança, o poder público deve agir com intervenções emergenciais: drenagem provisória, contenção de encostas, reparo das redes de esgoto e instalação de postes de iluminação.

Segundo ele, a prioridade deve ser garantir salubridade e segurança mínimas, evitando que vidas continuem em risco.

Obras de longo prazo x medidas emergenciais

Representantes da Prefeitura confirmaram que o Jardim Felicidade está no escopo do Drenurbs 2, mas lembraram que a operação de crédito ainda depende de tramitação junto ao governo federal e ao banco financiador.

Somente após a assinatura do contrato, prevista para 2026, é que os processos licitatórios começarão — o que empurra a execução para o início da próxima década.

Enquanto isso, a Sudecap orientou que as demandas emergenciais de água, luz e esgoto sejam levadas às diretorias competentes e à Coordenadoria de Administração Regional Norte, que faz a interlocução com os órgãos. Caso seja identificada situação de risco imediato, a Defesa Civil pode autorizar intervenções sem necessidade de licenciamento.

Cleiton Xavier, no entanto, alertou que a burocracia não pode continuar servindo de desculpa. “Já fizemos tudo que estava ao nosso alcance: requerimentos, visitas técnicas, audiências. Há momentos em que parece que estamos enxugando gelo. Mas não vamos desistir: continuaremos cobrando, acompanhando e mobilizando a população até que o mínimo de dignidade seja garantido”, declarou.

Compromisso com a comunidade

Ao final da audiência, Cleiton Xavier agradeceu a presença dos moradores e reforçou o papel de seu gabinete como ponte entre a comunidade e o poder público.

O vereador reafirmou seu compromisso de lutar por soluções emergenciais e acompanhar cada passo das obras estruturantes do Drenurbs 2.

“O Jardim Felicidade não pode esperar até 2030 para ter água tratada, luz regular e ruas seguras. É papel do Estado proteger e garantir dignidade. E é dever dos representantes cobrar e dar voz a quem sofre há décadas com o abandono”, concluiu.

Compartilhe este conteúdo:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Acesse as minhas redes sociais:
Estou à sua disposição
Email: ver.cleitonxavier@cmbh.mg.gov.br WhatsApp: (31) 98866-3479
Desenvolvido por Guerrilheiros Marketing Político
Copyright© 2025 - Cleiton Xavier - Todos os direitos reservados
Acesse as minhas redes sociais:
Estou à sua disposição
Email: ver.cleitonxavier@cmbh.mg.gov.br WhatsApp: (31) 98866-3479
Copyright© 2025 - Cleiton Xavier